Fonte: Associação Paulista dos Cirurgiões-dentistas

Afta

O que é uma afta?

A afta ou úlcera aftosa recorrente é uma doença comum, que ocorre em cerca de 20% da população, caracterizada pelo aparecimento de úlceras dolorosas na mucosa bucal, as quais podem ser múltiplas ou solitárias.

Quais as características clínicas da afta?

As aftas costumam ser precedidas por ardência e prurido, bem como pelo surgimento de uma área avermelhada. Nessa área desenvolve-se a úlcera, recoberta por uma membrana branco-amarelada e circundada por um halo vermelho. Essas lesões permanecem cerca de 10 dias e não deixam cicatriz; em geral, o período de maior desconforto perdura por dois ou três dias.

Todas as aftas são iguais?

Não. Atualmente são reconhecidos três tipos de aftas, sendo a vulgar ou minor a forma mais prevalente. As outras formas são mais raras: uma delas é conhecida como herpetiforme, porque lembra a manifestação do herpes simplex, apresentando um grande número de pequenas ulcerações superficiais arredondadas e agrupadas, que também perduram por cerca de 10 dias; a outra forma é chamada afta major, que, como o nome indica, produz uma ferida maior (com mais de 1 cm de diâmetro), mais profunda, mais dolorida, mais difícil de tratar e que permanece semanas ou, às vezes, meses.

Por que as aftas doem tanto?

As aftas são lesões ulceradas: há exposição do tecido conjuntivo, que é rico em vasos e nervos, o que provoca dor. Além disso, o quadro pode ser agravado por infecções causadas por microorganismos do meio bucal.

O que causa a afta?

Não podemos afirmar que exista um agente etiológico específico. A literatura aponta uma alteração da resposta imunológica como possível causa primária em alguns pacientes e secundária em outros. Os ácidos presentes na alimentação, os pequenos traumas à mucosa, distúrbios gastrintestinais, o ciclo menstrual e o estresse emocional agem como fatores desencadeantes.

Qual a relação entre as aftas e a dieta?

Alguns alimentos, quando em contato com a mucosa bucal, podem desencadear uma resposta imunológica alterada em certos pacientes, o que provocaria o aparecimento da ulceração. Muitas vezes os pacientes são alérgicos: têm aftas quando ingerem certos alimentos.

As aftas são contagiosas?

Não, pois não se trata de doença infecciosa. No entanto, há um traço familiar envolvido. Filhos de pais portadores de aftas apresentam chances bem maiores de também sofrerem com aftas.

Outras doenças podem parecer aftas?

Sim. O câncer de boca, ou carcinoma epidermóide, freqüentemente começa como uma lesão ulcerada. Por isso, frente a uma úlcera bucal que não cicatriza dentro de 15 dias, o paciente deve procurar o cirurgião-dentista para o diagnóstico da lesão. Além disso, algumas doenças infecciosas, como o herpes, e algumas doenças dermatológicas com ocorrência intrabucal, como o lúpus, embora tenham características próprias bem conhecidas, em certas fases de seu desenvolvimento podem parecer-se com aftas, principalmente para o leigo.

Só agora, perto dos 50 anos de idade, comecei a sofrer com aftas. Por quê?

Confirmado o diagnóstico (pois nem toda ferida na boca é uma afta), será preciso investigar algum fato relevante na história médica do indivíduo ou se houve alguma modificação importante em seus hábitos de vida. Um fator muitas vezes relacionado com essa história é o abandono do hábito de fumar. O fumo provoca um espessamento da mucosa bucal, que parece tornar-se mais resistente à penetração de agentes desencadeadores da afta. Resta saber se vale correr o risco de adquirir um câncer de boca ou pulmão para se proteger das aftas.

Queimo minhas aftas com formol; há algum problema nessa prática?

A aplicação de substâncias cáusticas, como o formol, sobre as aftas destrói o tecido da região, inclusive as terminações nervosas, o que faz desaparecer a dor. Entretanto, o que se faz é substituir a afta por uma queimadura química, que causa injúria a tecidos normais. Além disso, há risco de maiores danos pela inadequada manipulação dos produtos por parte dos usuários. Não se recomenda tal prática.

Qual o melhor tratamento para as aftas?

Não existe tratamento que seja eficaz para todos os portadores de aftas. Alguns têm uma lesão aftosa uma vez por ano; outros apresentam lesões múltiplas diuturnamente. As medicações de uso sistêmico, como os imunossupressores, são mais efetivas na redução dos sintomas, mas possuem efeitos colaterais indesejáveis, às vezes graves, sendo, por isso, reservadas para os casos mais severos da doença, exigindo o acompanhamento atento de um especialista. Para os indivíduos com quadros clínicos mais leves, a melhor abordagem é a aplicação tópica de anti-sépticos, antiinflamatórios, anestésicos ou protetores de mucosa, naturais ou sintéticos. O cirurgião-dentista deve ser consultado para um adequado diagnóstico e orientação terapêutica.

Boca Seca (Xerostomia)

O que eu preciso saber sobre boca seca?

A boca seca – conhecida, na área da Saúde, como xerostomia – é causada pela diminuição na produção de saliva. Acomete, com intensidade e duração variáveis, um grande número de pessoas e suas causas podem variar consideravelmente. São exemplos de causas:

  • A idade avançada (com o passar da idade, as glândulas salivares vão-se atrofiando).
  • O efeito colateral de certos medicamentos, tais como anti-hipertensivos, antidepressivos, tranqüilizantes, anti-histamínicos e anticolinérgicos.
  • Hábitos e vícios, como o alcoolismo e a ingestão de alimentos ricos em cafeína.
  • A Síndrome de Sjögren, na qual o organismo da própria pessoa reage contra as glândulas salivares.
  • A diabete mellitus, na qual a boca seca é um achado freqüente.
  • Cânceres na região de cabeça e pescoço (as pessoas que são tratadas com radioterapia podem ter suas glândulas afetadas permanentemente pela radiação).
  • Problemas psiquiátricos (certas psicoses e estados de ansiedade podem causar falta de saliva).
  • Doenças congênitas: existem pessoas que nascem sem as glândulas salivares (agenesia congênita).

Por que a saliva é tão importante?

A saliva tem papel importante na formação do bolo alimentar, favorecendo a digestão e deglutição; proporciona uma lavagem físico-mecânica, facilitando uma melhor movimentação da língua e demais músculos; atua na proteção da mucosa da boca; controla a microbiota bucal; estabelece e mantém o pH do meio, atuando no processo da cárie dental.

O que é exatamente a saliva?

A saliva apresenta um pH neutro e é composta por 99% de água. A outra parte é constituída por proteínas, como enzimas, imunoglobulinas responsáveis pelos anticorpos salivares, além de outros compostos, como bicarbonato, sódio, potássio, cálcio, cloreto e flúor.

O que a boca seca pode causar?

Cáries, candidíase (doença fúngica), doenças gengivais e infecções nas glândulas salivares.

Quais são os sintomas?

Em função da falta de saliva, o indivíduo pode ter mau hálito, dificuldades para falar e engolir, intolerância a próteses, dor na língua, perda do paladar e alteração de voz.

Qual o tratamento indicado?

O primeiro passo para o tratamento é o diagnóstico correto: o paciente que perceber os sinais e sintomas associados à boca seca deve procurar o cirurgião-dentista. Os tratamentos variam em função da causa: se a xerostomia tiver origem medicamentosa, o cirugião-dentista deverá entrar em contato com o médico do paciente para estudarem a possibilidade de substituição do medicamento por outro que não afete a produção de saliva. Nos casos de perda irreversível da produção de saliva (radiação, Síndrome de Sjögren, idade avançada, agenesia congênita), existe a possibilidade de minimizar o problema com uso de saliva artificial manipulada ou comercial, gomas de mascar sem açúcar e medicamentos que estimulem a salivação, além da orientação quanto à dieta com proteínas e vitaminas. O paciente com xerostomia, independentemente da causa, deverá ser acompanhado pelo profissional em intervalos menores para orientação de higiene oral constante, aplicação de flúor e tratamento gengival básico. O paciente deverá manter-se sempre bem hidratado, ingerindo água ou outra bebida sem açúcar e evitando o consumo de bebidas com álcool ou cafeína. Se os lábios estiverem secos, pode ser indicado o uso de lubrificantes à base de vaselina. Durante as refeições, devem-se preferir alimentos moles, úmidos e pouco condimentados. Nos casos onde exista também infecções fúngicas, o profissional poderá indicar bochechos com antifúngicos.

Câncer bucal

O câncer de boca ocupa uma posição de destaque entre os tumores malignos do organismo devido a sua relativa incidência e mortalidade. A prevenção e o diagnóstico precoce podem ser realizados pelo cirurgião-dentista através dos seguintes procedimentos: correto exame clínico; afastamento dos fatores co-carcinógenos; diagnóstico e tratamento das lesões cancerizáveis; exames complementares (principalmente biópsia e citologia exfoliativa) e orientação e estimulação ao auto-exame.

O que são e quais são os fatores co-carcinógenos?

São fatores que predispõem o paciente a desenvolver um tumor maligno; na boca, podemos citar principalmente o etilismo (álcool) e o tabagismo (cigarro, cachimbo etc.), as condições precárias de higiene (dentes quebrados, raízes residuais, tártaro etc.) e as próteses inadequadas ou em más condições (dentaduras e pontes fraturadas ou que causam algum ferimento).

O que são lesões cancerizáveis?

São enfermidades bucais que, quando não tratadas, podem evoluir para um câncer.

O que causa o câncer oral?

A etiologia é desconhecida, porém, alguns fatores são relacionados ao aparecimento dessas lesões. Os principais são: tabagismo, etilismo, traumatismos mecânicos e, nos cânceres de lábio inferior, também pode-se citar os raios solares.

Como o cigarro atua?

Durante o ato de fumar, são liberadas inúmeras substâncias químicas junto à fumaça, algumas reconhecidamente cancerígenas. Outra ação seria o calor produzido principalmente pelo cachimbo.

Como se faz o auto-exame e o que procurar?

Diante do espelho, com uma boa iluminação, deve-se inspecionar e palpar todas as estruturas bucais e do pescoço. Durante o auto-exame, os principais indícios a serem observados são: feridas que permanecem na boca por mais de 15 dias, caroços (principalmente no pescoço e embaixo do queixo), súbita mobilidade dental, sangramento, halitose, endurecimento e ou perda de mobilidade da língua. É importante frisar que a dor pode ser um sinal de lesão avançada.

Qual o perfil do paciente com câncer bucal e qual a região mais atingida?

Geralmente são homens (86,07%), com idade entre 45 e 55anos, brancos (84,84%) e tabagistas (95,08%). A região da boca mais atingida é a língua, seguida do assoalho bucal e lábio inferior.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é simples. Após o exame clínico, o profissional, suspeitando de um tumor maligno, realiza uma biópsia, que consiste na remoção de um pequeno fragmento da lesão para posterior exame microscópico.

Como é feito o tratamento?

O tratamento pode ser realizado através de cirurgia, radioterapia e quimioterapia, podendo ser associados ou não.

Existe cura para o câncer?

Sim, e quanto mais cedo for diagnosticado (diagnóstico precoce), maiores são as chances de cura, sendo as seqüelas menores e, portanto, maior a qualidade de vida.

Clareamento dental

Meus dentes podem ser clareados?

Sim. Qualquer pessoa pode ter seus dentes clareados, desde que eles estejam íntegros, sem muitas restaurações.

Como funciona o clareamento dental?

As moléculas dos géis oxidantes (liberadores de oxigênio) penetram na intimidade do esmalte e da dentina, liberando oxigênio que, por sua vez, “quebra” as moléculas dos pigmentos causadores das manchas.

Como posso clarear meus dentes?

Os dentes podem ser clareados através de géis ou pastas oxidantes (liberadores de oxigênio) de duas maneiras:

1. No consultório: o dentista isola os dentes (com um lençol de borracha) para proteger a gengiva e aplica um agente oxidante forte.

2. Em casa (doméstico): o paciente, sob orientação do dentista, leva um gel oxidante fraco, para usar diariamente em casa. O clareamento doméstico é mais seguro e eficaz, pode resolver todos os casos e é o mais utilizado.

Posso fazer sozinho ou preciso ir ao dentista?

Não se recomenda fazer clareamento sem orientação profissional. Seja no consultório ou em casa, sempre deve haver monitoramento do dentista.

Os produtos usados no clareamento são seguros à saúde geral?

Sim. Como outros produtos e medicamentos usados na Medicina e Odontologia, se usados corretamente conforme orientação, os produtos para clareamento dental não promovem nenhum prejuízo à saúde geral.

A mídia divulgou que o clareamento doméstico poderia potencializar o aparecimento do câncer. É verdade?

Essa informação não tem fundamento. Tanto que a FDA (Food and Drug Administration) e a ADA (American Dental Association) aprovam o uso de peróxidos em cremes dentais, que são usados indiscriminadamente pela população. Essas entidades também não desaprovam o uso de clareadores dentais, desde que supervisionado por dentistas.

Eles provocam danos à gengiva?

Não, desde que o paciente faça tratamento supervisionado e não use produtos vendidos pela TV ou em supermercados. O dentista confecciona uma moldeira individualizada que cobrirá somente a superfície dental, evitando, assim que o agente clareador tenha contato direto e contínuo com a gengiva. Qualquer lesão e sensibilidade devem ser imediatamente comunicadas ao dentista.

O dente clareado fica enfraquecido?

Não. A estrutura dental não é afetada.

O clareamento altera as restaurações já existentes?

Não. Mas o paciente precisa saber que talvez tenha de trocar ou retocar as restaurações antigas: uma vez que as restaurações não sofrem ação dos clareadores, parecerão mais escuras frente aos dentes clareados, causando desarmonia estética.

Posso fazer clareamento em qualquer idade?

Sim. Não há contra-indicação específica quanto à idade. A partir dos 10 anos, é aceitável.

Quanto tempo dura o tratamento doméstico?

Dura de 7 a 10 dias,usando-se todas as noites. Pode haver variações a depender do grau de escurecimento e de quanto se deseja clarear.

O dente clareado pode escurecer novamente?

Sim. Mas nunca como era antes. Após 1 a 2 anos, pode haver a necessidade de uma manutenção, que é feita em 2 ou 3 noites.

Quais as contra-indicações do clareamento doméstico?

Por precaução, deve-se evitar o tratamento em gestantes e lactantes.

Como prevenir as cáries

O que é a cárie?

A cárie é uma doença transmissível e infecciosa. Ela acontece quando há a associação entre placa bacteriana cariogênica, dieta inadequada e higiene bucal deficiente. Quando o açúcar entra em contato com a placa bacteriana, formam-se ácidos que serão responsáveis pela saída de minerais do dente.

O que é placa bacteriana?

A placa bacteriana é uma espécie de película composta de bactérias vivas e de resíduos alimentares que se depositam sobre e entre os dentes. Ela é cariogênica quando bactérias capazes de causar a doença cárie estão presentes na sua composição.

Meus dentes podem ser pouco resistentes à cárie?

Existem algumas doenças que podem alterar a composição dos dentes, levando à má-formação dentária. Além disso, todos os dentes são mais susceptíveis à cárie quando erupcionam, pois ainda não estão com a calcificação completa. Isso só será um problema se houver acúmulo da placa bacteriana cariogênica sobre os dentes, pois esta permitirá que a lesão se inicie. Indivíduos com deficiências físicas ou mentais que apresentam dificuldades na limpeza dos dentes devem ser supervisionados durante a escovação. Portanto, independentemente de os dentes serem mais ou menos resistentes, o importante é que a limpeza dos dentes seja realizada de maneira adequada.

Quais são os alimentos mais cariogênicos? Há alimentos que protegem contra a cárie?

Os alimentos mais cariogênicos são os que apresentam açúcar na sua composição: os doces, as balas, os caramelos, os chocolates, os chicletes e os refrigerantes são exemplos desses alimentos. Existem alguns alimentos que escondem o açúcar na sua composição, como a mostarda e o ketchup. Todos esses alimentos podem ser consumidos, mas de maneira racional, isto é, junto às principais refeições, seguindo-se a escovação. A freqüência com que se come o açúcar é muito importante: quando você ingere açúcar, os seus dentes ficam expostos aos ácidos produtores de cárie durante 20 minutos; se você ingerir açúcar 5 vezes ao dia, os seus dentes poderão ficar expostos aos ácidos produtores de cárie durante 100 minutos! O açúcar também pode estar presente em medicamentos líquidos e xaroposos, portanto, após ingeri-los, é preciso escovar os dentes. A ingestão de farináceos e salgadinhos, principalmente entre as refeições, é um hábito considerado pouco saudável, quando se pensa em prevenção da doença e, portanto, deve ser evitado. Por outro lado, existem alimentos como o queijo e o leite que são considerados protetores dos dentes. Eles apresentam alto conteúdo de cálcio e fosfatos, que protegem contra a desmineralização do dente.

O mel ou o açúcar mascavo podem substituir o açúcar sem danos aos dentes?

Esses alimentos são ricos em açúcares facilmente transformados em ácidos pelas bactérias cariogênicas. O hábito de adoçar alimentos ou lambuzar a chupeta com mel pode provocar lesões de cárie, portanto, deve ser evitado.

Como posso saber se tenho cárie?

A identificação das lesões de cárie pode ser feita através da visão direta dos dentes e do emprego do fio dental. Antes de observar a superfície dentária, há necessidade de remoção da placa bacteriana que a recobre. Portanto, você deve fazer o auto-exame após escovar seus dentes e em local bastante iluminado. Essa doença se estabelece antes de as cavidades serem vistas nos dentes. Portanto, procure alguma alteração de cor como manchas brancas ou acastanhadas na parte superior dos dentes (sulcos e fissuras) e entre os dentes. Em um estágio mais avançado da doença, as manchas podem evoluir para cavidades e os sintomas já começam a aparecer: dor quando mastigamos alimentos doces ou quando bebemos algo quente ou gelado, causando desconforto e mau hálito. O fato de o fio dental ficar preso entre os dentes também pode ser um sinal de lesão de cárie.

Como posso combater ou prevenir essa doença?

Controlando os fatores que podem ajudar no aparecimento das lesões de cárie. Dentre esses fatores, podem ser citados: evitar a ingestão de alimentos açucarados – caso não seja possível, você deve ingeri-los junto às principais refeições – e limpar os dentes de maneira adequada, utilizando escova, fio dental e pasta de dente com flúor. O flúor é um importante auxiliar no combate à cárie pois previne a desmineralização, isto é, a saída de minerais do dente e favorece a remineralização, que é a entrada de minerais em pequenas lesões de cárie (lesões de manchas brancas ou acastanhadas opacas), antes que elas se tornem cavidades. A limpeza deve ser realizada sempre após as principais refeições e antes de dormir. É importante visitar seu dentista regularmente para que ele possa, através do exame clínico, controlar sua saúde bucal e orientar sobre qualquer dúvida que possa surgir com relação à mesma.

Existe vacina para a cárie?

Apesar dos estudos feitos até agora, não podemos contar com uma “vacina” que previna a cárie dentária.

Dentaduras

Quais são os melhores tipos de dentes?

É difícil estabelecer regras fixas para a escolha de dentes de porcelana ou de resina acrílica. Atualmente, a maioria dos profissionais prefere os de resina acrílica, pois apresentam como vantagens:

  • não produzem ruídos quando o paciente mastiga ou fala;
  • o perigo de fratura é menor;
  • facilidade para ajustes oclusais.

Suas desvantagens incluem:

  • a mudanças de forma e de cor;
  • maior cuidado na limpeza;
  • desgaste com o tempo de uso.

Vantagens dos dentes de porcelana:

  • estabilidade da cor;
  • facilidade de limpeza;
  • o desgaste é clinicamente insignificante.

Desvantagens:

  • produzem ruídos quando o paciente mastiga ou fala;
  • abrasão nos dentes naturais opostos;
  • perigo maior de fraturas.

Qual o tempo de duração de uma dentadura?

A cada 5 anos, o paciente deverá procurar o seu cirurgião-dentista, para uma análise criteriosa para confecção de novas dentaduras. Estética, harmonia facial, desgaste dos dentes, envelhecimento precoce, falta de retenção, reabsorção óssea, dores em algumas áreas são alguns itens importantes para indicação ou não de uma nova dentadura.

Quanto tempo é necessário para se acostumar às dentaduras?

A dentadura inferior leva 4 vezes mais tempo que a superior. Quanto mais tempo você empregar na mastigação, melhor será a adaptação. Não coma porções grandes de alimentos no princípio. Divida os alimentos em pequenas porções. Você terá dor e desconforto no começo; se aparecerem pontos dolorosos ou “calos” procure seu dentista, que lhe dará alívio necessário.

Que tipo de alimentos devo comer?

Coma somente alimentos macios e cremosos nos primeiros dias; à medida que for progredindo, coma alimentos mais sólidos e mastigue vagarosamente e por igual a fim de controlar a dentadura e a pressão das gengivas ao morder.

É difícil falar com as novas dentaduras?

Se você tem tendências de misturar as palavras, ou parece difícil, pratique falando em voz alta em frente ao espelho. Normalmente, rapidamente se aprende a falar com a nova prótese.

Por que as dentaduras “machucam”?

Quase sempre elas irão provocar pequenas ulcerações na sua gengiva. É muito difícil fazer dentaduras que não traumatizem a fibromucosa, provocando dores. Quase sempre é necessário realizar controles posteriores, desgastes, ajustes oclusais etc.; não esquecer que as dentaduras são duras, rígidas e o tecido da gengiva é muito delicado e sensível.

0 que fazer com a sensação de “boca cheia”?

Para diminuir seus efeitos, engula com menos freqüência, e, depois de alguns dias, seu organismo se adaptará às novas condições. Os músculos dos maxilares, dos lábios, assim como a língua, ajudam a manter a dentadura no lugar.

Quando as dentaduras provocam náuseas e enjôos, o que fazer?

0 melhor remédio é usá-las o maior tempo possível. Esse reflexo passará logo. Seu dentista pode ajudar verificando a extensão da base e a adaptação no céu da boca.

Devo dormir com as dentaduras?

Muitos usam suas dentaduras artificiais durante as 24 horas; no entanto, se sentir dificuldades porque acorda com dor na boca, ou elas soltam à noite, melhor dormir sem elas.

Como limpar as dentaduras?

Sempre que se alimentar, fazer o possível para lavar as dentaduras por meio de escovas macias. Não usar pó para polir, eles podem conter cáusticos alcalinos, ácidos ou partículas, os quais podem arranhá-la. 0 acúmulo, de antigas partículas pode dar mau odor.
Uma dentadura que não está limpa nunca é confortável. A melhor maneira de evitar o acúmulo de tártaro é não deixar que se deposite.

Devo usar produtos de fixação?

Quase sempre não há necessidade de pó adesivo; deve-se usá-lo somente a conselho do seu dentista.
Muitos pacientes não ficam satisfeitos com a retenção das suas dentaduras; começam por conta própria ou por informação de outros a usar pó adesivo; porém, com a pressão aumentada, a gengiva se reabsorve, se contrai mais rapidamente e as dentaduras ficam cada vez mais frouxas, precisando se aumentar cada vez mais e a quantidade desses “produtos ditos milagrosos”

Doença Periodontal

0 que é periodonto?

É o conjunto de tecidos que está ao redor do dente e que é responsável pela sua fixação: gengiva, osso alveolar e fibras que ligam raiz ao osso.

0 que é Doença Periodontal (DP)? É a mesma coisa que gengivite?

É o comprometimento dos tecidos periodontais pelo processo inflamatório, que leva à reabsorção do osso que está ao redor das raízes dos dentes, enquanto que, na gengivite, não há alteração óssea, pois a inflamação só atinge a gengiva.

Como posso saber se já tenho a DP?

0 sinal mais característico é o sangramento, mas devemos estar atentos também para: alterações na posição dos dentes, mobilidade, retrações gengivais, retenções de alimento, inchaço etc.

Ao perceber sangramento durante o uso do fio dental, devo suspender esse procedimento de limpeza?

Não, desde que esteja passando o fio corretamente. 0 sangramento denota a presença de bactérias nessa região e, dessa forma, é conveniente continuar com o uso do fio na tentativa de removê-las.

Existem medicamentos indicados para o tratamento?

Não é possível o tratamento desta doença somente com medicamentos, sejam estes locais ou sistêmicos. A placa bacteriana aderida ao dente tem que ser removida mecanicamente.

Qual a causa da DP?

A placa bacteriana aderida ao dente é a única causa, porém algumas alterações na gengiva podem estar associadas a causas hormonais, uso de alguns medicamentos, queda de resistência etc.

Como o tratamento é realizado pelo cirurgião-dentista?

É feito com a remoção da placa bacteriana aderida através de raspagem e alisamento das raízes dos dentes. Quando os instrumentos de raspagem não atingem toda área da raiz comprometida, as cirurgias são indicadas; para facilitar o acesso.

Uma vez tratada a doença, os tecidos recuperam-se integralmente?

Não, sempre ficam seqüelas, com exceção das gengivites. A doença periodontal deixa como seqüelas alterações estéticas como: deslocamento na posição do dente, retração gengival com conseqüente aumento no comprimento do dente etc. Existem procedimentos cirúrgicos e protéticos que podem miminizar esses defeitos.

De quando em quando se fazem os retornos para a manutenção após o tratamento?

As visitas para manutenção devem assegurar a estabilidade da condição de saúde alcançada com o tratamento e, assim, evitar tanto a o progressão da doença como a sua recidiva.
Nos casos mais avançados, recomenda-se uma periodicidade de 3/3 meses e de 4/6 meses para a maioria das pessoas.

É possível prevenir esta doença?

A sua prevenção pode ser feita unicamente removendo a placa bacteriana através de limpeza bucal doméstica com fio dental e escova, mais limpezas periódicas feitas pelo dentista.

Facetas laminadas

0 que é faceta (laminado de porcelana)?

0 laminado é uma restauração que envolve apenas a face vestibular (frontal) dos dentes. Esse tipo de restauração pode ser executada com resina composta (diretamente na boca do cliente), com resina elaborada laboratorialmente ou, ainda, com porcelana, que traz as vantagens estéticas e de estabilidade de cor, também executadas no laboratório, ou seja, fora da boca.

Em que situação é recomendada?

A faceta Iaminada geralmente é recomenda da por motivos estéticos, tais como dentes escurecidos ou excessivamente restaurados na face frontal; além disso, pode corrigir o aspecto anatômico de dentes malformados.

É uma novidade na Odontologia?

Sim. Ainda são poucos os dentistas que fazem esse tipo de trabalho.

Qual a vantagem desse tratamento?

A vantagem primordial consiste na preservação de estrutura dental sadia. Com essa técnica, desgastam-se menos os dentes.

Substitui a coroa de jaqueta?

Com certeza, nos casos onde é apenas necessário restaurar a face (vestibular) dos dentes, não estando as outras faces comprometidas por cáries ou restaurações, a ponto de justificar o desgaste para a colocação de jaqueta ou coroa metalocerâmica.

É resistente?

Os processos atuais e os materiais de confecção empregados hoje em dia, bem como a evolução dos métodos de colagem, tomaram as facetas laminadas um tratamento bastante confiável.

Destaca-se facilmente?

Não, desde que se providencie boa colagem e boa silanização (processo que possibilita adesão da resina cimentante com a superfície interna da faceta de porcelana).

A cor se mantém?

Como as porcelanas têm boa estabilidade de cor, as facetas confeccionadas com esse material não sofrem alteração.

Precisa de controles e manutenção periódicos?

Como qualquer tipo de restauração, as facetas laminadas exigem reavaliação constante; contudo, a manutenção consiste apenas na higienização das superfícies dentais e, em especial, da junção dente-restauração.

Enquanto é feita, os dentes ficam desprotegidos?

Durante a fase de confecção da faceta laminada no laboratório, o dentista deve colar uma faceta de resina provisória com adesão limitada a uma pequena área, para facilitar a remoção na consulta final.

0 custo é alto?

0 custo é comparável ao de uma coroa metalo-cerâmica ou coroa totalmente cerâmica.

Qual a durabilidade?

A durabilidade está associada ao sucesso da colagem, tanto na superfície cerâmica quanto no dente, pois a porcelana, uma vez colada, torna-se extremamente resistente.

Flúor

0 flúor faz mal à saúde?

Não. 0 flúor é benéfico, pois reduz a cárie dentária, um grande problema de saúde que afeta mais de 95 % da população. Porém, deve ser ingerido na dosagem correta, para haver a prevenção sem efeitos colaterais.

De que maneira o flúor fortalece o dente?

Ele deve estar presente na saliva e, conseqüentemente, banhando os dentes, interferindo nos microrganismos produtores da cárie e alterando os cristais do esmalte, tornando-os mais resistentes ao ataque da cárie.

Quais as formas de se usar o flúor?

0 flúor pode ser ingerido através da água de abastecimento público e do sal de cozinha e pode ser adicionado ao leite (geralmente em programas alimentares em escola) sob a forma de comprimidos ou gotas. Essas formas são chamadas de “sistêmicas”, porque têm um metabolismo próprio no corpo humano. 0 flúor pode ser usado localmente nos dentes por meio de cremes dentais (pastas de dente), bochechos, aplicações tópicas realizadas por dentistas ou auxiliares ou, ainda, por vernizes fluoretados.

Deve-se tomar flúor na gravidez para benefício da criança?

Não se deve tomar flúor na gravidez, pois se a mãe recebe normalmente o flúor sistêmico, através da água, por exemplo, uma pequena parte do flúor chega até o feto. Por outro lado, se a gestante não receber flúor sistêmico e começar a tomá-lo na gravidez, serão necessários cerca de 6 meses para haver embebição e saturação do flúor no corpo da mãe, para depois chegar ao filho. Se somarmos esses 6 meses com 2 meses, aproximadamente, para o diagnóstico da gravidez, o tempo útil fica reduzido.

A aplicação tópica periódica de flúor em crianças funciona? E nos adultos?

A aplicação periódica de flúor em crianças funciona, reduzindo o risco de cárie. A freqüência maior, em geral, é mais benéfica. Já a aplicação tópica em adultos reduz a incidência de cárie, embora com resultados mais modestos do que em crianças. Deve-se lembrar que a interrupção do uso do flúor pode aumentar ligeiramente o aparecimento de novas cáries.

Quando se deve fazer a primeira aplicação de flúor na criança?

A primeira aplicação de flúor deve ser feita o mais precocemente possível, isto é, após o nascimento dos dentes de leite.

0 flúor interfere na doença gengival?

Não. Somente de forma indireta, pela redução da cárie.

Nas cidades onde existe fluoretação de água, há problema em usar pasta ou bochecho com flúor?

Não há problema em usar pasta ou bochechos com flúor em cidades com fluoretação das águas, desde que não ocorra ingestão da pasta ou da solução do bochecho.

Faz mal à criança engolir pasta com flúor?

Não é recomendável. Se ocorrer a ingestão sistemática (sempre que escovar os dentes) por muitos anos, esta poderá causar a fluorose dentária. 0 volume de pasta a ser colocado na escova deve ser limitado a 0,5 cm, ou menos, em função da idade da criança. A ingestão ocasional não traz maiores problemas.

Herpes labial

O que é o herpes?

O herpes simples é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus chamado Herpes hominis virus. Existem dois tipos de vírus do herpes simples: o tipo 1 e o tipo 2. Geralmente, o tipo 1 é responsável pelos casos de herpes labial, e o tipo 2, pelo herpes genital.

Como acontece a transmissão do vírus?

A infecção pelo herpes se dá através do contato direto com lesões infectadas pelo vírus. Esse primeiro contato se dá, invariavelmente, durante a infância. A situação mais comum de contágio é aquela em que algum dos pais ( ou parentes próximos) é portador do vírus, apresenta as lesões em lábio e entra em contato direto com a pele da criança.

O que acontece depois que a criança se contamina?

Após o contato com as lesões, a pessoa passa por uma fase de incubação do vírus, que dura em torno de 10 dias. Após esse período, algumas crianças podem apresentar a primo-infecção herpética ou estomatite herpética primária. Essa fase é marcada por manifestações clínicas, como febre, mal estar geral, irritabilidade, cefaléia, perda de apetite e linfadenopatia. A seguir, podem surgir bolhas na boca, nos lábios e na pele em torno dos lábios. Logo as bolhas se rompem, formando úlceras extremamente dolorosas e sangrantes. O quadro clínico tem resolução espontânea em cerca de 15 dias. Apesar da severidade da manifestação primária do herpes, apenas 1% dos pacientes que são infectados pelo vírus desenvolvem a doença clínica: 99%, apesar de infectados, não apresentam sinais ou sintomas clínicos.

Mas não são os adultos que apresentam a doença com mais freqüência?

Sim. Na verdade, são poucas as crianças que apresentam as lesões em pele ou boca. Após o contágio inicial (tendo ou não apresentado as manifestações clínicas), o vírus fica “dormente” dentro do organismo e só volta a apresentar manifestações clínicas a partir da adolescência. As manifestações clínicas que acontecem na fase adulta ocorrem pela reativação do vírus que estava “dormente” e estão, geralmente, ligadas à queda de imunidade.

Quais as causas da reativação do vírus?

Alguns fatores desencadeantes comuns são: febre, exposição ao sol, distúrbios gastrointestinais, trauma mecânico, estresse e períodos menstruais.

Como são as lesões recorrentes?

As manifestações secundárias não são tão graves como as da primo-infecção. As lesões restringem-se, na maioria dos casos, à região perioral ou perinasal, aparecendo na forma de pequenas bolhas que estouram e são recobertas por uma crosta durante o processo de cicatrização. O curso clínico da estomatite herpética secundária finda em torno de 8 dias.

Existe cura para o herpes?

Não, mas existe tratamento. O tratamento visa diminuir a freqüência com que os episódios ocorrem. Atualmente, os tratamentos envolvem drogas como o aciclovir, empregadas de forma local e sistêmica, e aplicações de laser de baixa intensidade.

Hipersensibilidade dentinária

O que é hipersensibilidade (hiperestesia) dentinária?

É a dor que ocorre, geralmente na região do colo do dente, próxima à gengiva, provocada pela escovação, ingestão de alimentos frios, doces, frutas cítricas etc. A dor cessa assim que o estímulo é removido, é de curta duração, tendendo a desaparecer com a mesma rapidez com que se inicia. Assim, a hipersensibilidade nunca começa espontaneamente como acontece comumente com outras causas de dor nos dentes. Entretanto, a distinção entre hipersensibilidade e dor de dente deve ser feita pelo dentista.

A hipersensibilidade significa que a polpa dental (o “nervo” do dente) está doente?

Não, já que a dor é decorrente de mudanças de pressão dentro do dente, provocadas pela variação da temperatura ou por outros estímulos na superfície. Não tem relação com alterações patológicas da polpa dental.

Então, por que o dente dói?

Em condições normais, a coroa do dente (a parte exposta na cavidade bucal) é recoberta pelo esmalte, estrutura resistente às pressões e ao desgaste decorrentes da mastigação. Essa estrutura é praticamente impermeável e definitivamente insensível aos estímulos. As raízes são recobertas por outro tipo de estrutura, denominada cemento. Com o passar do tempo, esmalte e cemento sofrem degradações que expõem a dentina, estrutura também dura e resistente e que abriga a polpa dental. Dessas estruturas, somente a dentina apresenta sensibilidade. A dentina é bastante permeável, constituída de milhões de canais microscópicos que, em teoria, ligam a polpa com meio externo quando o esmalte ou o cemento são desgastados. Sem o cemento e o esmalte, a dentina fica sem proteção e sujeita às agressões do meio externo.

Qual a relação da hipersensibilidade dentinária com as lesões cervicais não cariosas?

A hipersensibilidade dentinária ocorre mais comumente na região cervical do dente (colo), onde o esmalte e o cemento são degradados com maior freqüência, expondo a dentina. Quando essa exposição dentinária não é provocada por processo de cárie dental, a área exposta é considerada uma lesão cervical não cariosa. A prevalência dessas lesões é alta, e pode-se antecipar que, em algum momento da vida, qualquer indivíduo poderá ter, pelo menos, um dente com lesão cervical não cariosa.

Quais as causas mais comuns de lesões cervicais não cariosas?

Essas lesões são resultado de uma interação de fatores, em que os mais importantes são a oclusão (contato entre os dentes antagonistas), a alimentação rica em ácidos (frutas cítricas e refrigerantes em excesso, por exemplo) e a escovação dental. A oclusão promove a fadiga das estruturas dentárias na região do colo, as substâncias ácidas causam a dissolução do esmalte e a escovação remove mecanicamente o esmalte enfraquecido ou dissolvido. Fatores sistêmicos também podem contribuir para a degradação das estruturas dentárias, tais como refluxo gastroesofágico, bulimia, hipertireoidismo e qualquer outra doença que reduza o fluxo salivar.

Como tratar a hipersensibilidade dentinária?

O dentista deve empregar os recursos dessensibilizadores (o que pode incluir a restauração das lesões e ajustes oclusais) para reduzir o desconforto imediato da dor e, complementarmente, eliminar as causas da exposição dentinária para impedir a recorrência da hiperestesia.

Mau hálito (Halitose)

Todas as pessoas têm mau hálito?

Se considerássemos o hálito desagradável ao acordar, praticamente 100% da população seria portadora de halitose. Por isso, o hálito de manhã é considerado fisiológico. Ele acontece devido à leve hipoglicemia, a redução do fluxo salivar para virtualmente zero durante o sono e ao aumento da flora bacteriana anaeróbia proteolítica. Quando esses microrganismos atuam sobre restos epiteliais descamando da mucosa bucal e de cheiro desagradável (metilmercaptana, dimetilsulfeto) e principalmente sulfidrieo, que tem cheiro de ovo podre. São os compostos sulfurados voláteis, conhecidos abreviadamente por CSV.
Após a higiene dos dentes com fio dental e escova, da língua com limpador lingual e após a primeira refeição (café da manha), a halitose matinal deve desaparecer .Caso isso não acontecer podemos afirmar que o indivíduo tem mau hálito e que este precisa ser investigado e tratado.

É possível que eu tenha mau hálito e não saiba disso?

Sim. As pessoas que tem um mau hálito constante, por fadiga olfatória, não percebem seu próprio hálito. Somente as pessoas que tem períodos de halitose e períodos de normalidade conseguem percebê-lo.

Como posso perceber se tenho ou não mau hálito?

A melhor maneira de identificá-lo é pedir a um familiar ou a um amigo de confiança que faça essa avaliação para você.  Caso você identifique o problema ou caso você se sinta constrangido a pedir a alguém que o avalie, pode ir a um dentista para que possa ajudá-lo no diagnóstico e no tratamento da halitose. Atualmente, e cada vez mais, existem dentistas interessados no assunto, e muitos deles até já dispõem de um aparelho para medir e avaliar seu potencial de halitose.

Então, dá para se medir o hálito?

Sim. atualmente existe a disposição dos profissionais interessados um aparelho chamado  Halimeter que é capaz de medir compostos sulfurados voláteis, e que serve para orientar quanto à gravidade da halitose e quanto a melhora e a cura durante o tratamento. Também é útil para demonstrar claramente para certos pacientes que eles não possuem nenhum cheiro desagradável na boca, quando este é o caso. Certos pacientes halitofóbicos ficam muito apreensivos, com medo de terem halitose e desconhecerem o fato.

Qual é a causa do mau hálito?

É muito bom que se diga que os casos de halitose não podem ser explicados por um único mecanismo. Existem casos de halitose tanto por razões fisiológicas (que requerem apenas orientação) como por razões patológicas (que requerem tratamento); por razões locais (feridas cirúrgicas, cárie, doença periodontal) ou sistêmicas (diabetes,uremia, prisão de ventre,etc). Por isso, pode-se concluir que todas as possíveis causas devem ser investigadas e que o tratamento será direcionado de acordo com a causa identificada. No entanto, 96% ou mais dos casos de halitose se devem à presença de saburra lingual e, assim , devem ser tratados.

O que é saburra?

Saburra é um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que adere ao dorso da língua em maior proporção na região do terço posterior. A saburra equivale a uma placa bacteriana lingual, em que os principais microrganismos presentes são do tipo anaeróbios proteolíticos, os quais, conforme foi explicado para a halitose da manhã, produzem componentes de cheiro desagradável no final de seu metabolismo.

Se a saburra é formada por microrganismos, o mau hálito é contagioso?

Não. A saburra somente se forma em pessoas com predisposição à sua formação. Por isso, é muito comum observarmos casais em que apenas um dos parceiros apresenta hálito muito desagradável, a ponto de incomodar o outro.

O que predispõe à formação de saburra?

A causa primária da formação de saburra é a leve redução do fluxo salivar, com a presença de uma saliva muito mais rica em mucina (“gosmenta”) e que facilita a aderência de microrganismos e de restos epiteliais e alimentares sobre o dorso da língua. É bom que se diga que existem vários graus de redução do fluxo salivar; quando a redução é severa (de 0 a 0,3 ml/minuto, sob estímulo mecânico), já não encontramos saburra, mas sim, outros tipos de desconforto. A medida do fluxo salivar (sialometria) deve ser feito por um profissional habilitado para isso. Também é importante a avaliação das causas da redução do fluxo salivar para que se possa decidir sobre o tratamento. Uma causa bastante é o “stress’ constante.

Como se livrar da saburra e do mau hálito?

Existem pelo menos 3 abordagens:

1. Remoção mecânica da saburra por meio de limpadores linguais. Existem vários modelos de limpadores linguais disponíveis no mercado americano; no Brasil, encontramos um limpador lingual muito eficiente (modelo em forma de “V”).

2. Manutenção da superfície lingual o mais oxigenada possível, com o uso de oxidantes. Existem vários oxidantes no mercado que podem ser úteis para esse fim; desde a água oxigenada(usada diluída), o Amosan, até os de última geração (geralmente formulações com um componente antimicrobiano e um oxidante potente).

3. Identificação da causa da redução do fluxo salivar para que se possa estabelecer o tratamento adequado.
As duas primeiras abordagens garantem um hálito agradável; porém, exigem a manutenção desses cuidados. A terceira abordagem, uma vez realizada com sucesso, garante resultados mais duradouros, sem a necessidade de manutenção do uso de produtos para o controle de saburra, porque esse procedimento corresponde à eliminação da causa primária.

Como posso melhorar meu hálito que só acontece de vez em quando?

Quando o mau hálito não é crônico, mas apenas esporádico, devemos observar uma higiene bucal e lingual adequadas, estimular a salivação de maneira fisiológica (isto é, sem o uso de medicamentos) com balas sem açúcar, gomas de mascar, gotas de suco de limão com um pouco de sal,ou mais eficientemente, com uma ameixa japonesa condimentada, conhecida como “umebochi”. Devemos ainda cuidar da alimentação (evitar o excesso de proteína, gordura, condimentos e alimentos de cheiro carregado) e manter uma freqüência de ingestão de água e de alimento (que contenha algum carboidrato) a cada 3 ou 4 horas.

Então, o uso de gomas de mascar melhora o hálito?

Sim. Em primeiro lugar, age como um mascarador do hálito e, em segundo, o que é mais importante, aumenta a salivação.

Tenho gastrite. Acho que é por isso que tenho mau hálito. O mau hálito pode vir do estômago?

Não. É muito comum os pacientes pensarem dessa forma incorreta. Também é muito comum pacientes com gastrite terem mau hálito. Vamos explicar melhor esse mecanismo: à medida que a saburra se forma, ela passa a ser um meio propício também à instalação e à proliferação de microrganismos patogênicos cuja porta de entrada é a boca. São exemplos os microrganismos causadores de doenças pulmonares, gastro-intestinais e até mesmo de amigdalites e de doenças periodontais. No caso da relação halitose versus gastrite, a redução do fluxo salivar propicia a formação de saburra, a qual permite que o Helicobacter pilory se instale no dorso lingual, prolifere e aumente em número, podendo chegar ao estômago e desencadear a gastrite. Na verdade, a manutenção do fluxo salivar em condições normais não evita apenas a formação de saburra e mau hálito, mas também previne a possibilidade de o paciente se tornar predisposto a gastrite, pneumonia, amigdalite, periodontite, etc.

Já consultei vários profissionais sem ter a solução para o meu problema. Halitose tem cura?

Claro que tem cura. Às vezes, atingir acura demanda um pouco mais de tempo, mas sempre existe a possibilidade de controle. A maior parte das pessoas crê que qualquer dentista está amplamente informado a respeito de mau hálito, o que nem sempre é verdade. O mesmo pode-se dizer em relação aos médicos. O atendimento nessa área é diferente do atendimento odontológico de rotina. Atualmente, muitos estão bastante interessados e estão investindo em conhecimentos sobre o assunto. Assim, se o seu dentista não se achar em condições de lhe oferecer um excelente atendimento, com certeza saberá encaminhá-lo para um colega que tenha feito esse tipo de treinamento.

Mobilidade dental

Os dentes naturais apresentam uma pequena mobilidade, isto é, quando os dentes estão em função, eles sofrem uma movimentação dentro do seu alvéolo que é considerada normal (fisiológica). Essa mobilidade é conferida pelo ligamento periodontal que, a grosso modo, são fibras que unem o dente ao alvéolo (osso ao redor do dente).

Mobilidade causada por acidentes

Quando o dente sofre uma pancada (traumatismo), o ligamento periodontal, que é composto por fibras, é então estirado ou comprimido. A conseqüência disso é um aumento da mobilidade do dente. Quanto maior o trauma, maior será a mobilidade desse dente. Normalmente, a cura é espontânea e, em casos mais severos, é necessário fixar o dente traumatizado temporariamente.

Mobilidade causada por doença periodontal

A doença periodontal provoca a reabsorção do osso alveolar que circunda o dente e também a destruição do ligamento periodontal. Essa destruição, causada por bactéria, é gradual, lenta e indolor e, como conseqüência, provoca um aumento progressivo da mobilidade dental, que agora já não é mais considerada fisiológica. Há a necessidade de tratamento, que consiste inicialmente em fazer raspagem da placa bacteriana aderida à superfície radicular.

Mobilidade relacionada à articulação dentária

Quando um dente estiver mal posicionado, pode interferir na mordida (relacionamento dos dentes superiores e inferiores). Como conseqüência, esse dente receberá uma carga excessiva, a qual poderá causar um aumento da mobilidade. Há necessidade de ajuste para distribuir forças mastigatórias entre todos os dentes.

Mobilidade relacionada com prótese e restauração

Os dentes não se encontram isolados na boca, eles fazem parte de uma engrenagem. Os dentes superiores se relacionam com os inferiores em várias posições e de uma forma dinâmica (oclusão). Quando se realiza uma prótese ou uma restauração, esta deverá respeitar a oclusão se não, poderemos ter o que se chama “contacto prematuro”. Esse contacto interferente poderá causar mobilidade dental, pois haverá um aumento de carga sobre esse dente restaurado. Para a correção, deverão ser realizados ajustes nesses trabalhos ou, ainda, a sua substituição.

Mobilidade causada por pulpites (Inflamação da polpa dentária)

Essa inflamação, que ocorre dentro do canal, pode provocar também uma inflamação das fibras periodontais que circundam a raiz do dente afetado. Em decorrência disso, temos uma maior mobilidade e esta pode ser acompanhada de um descolamento (extrusão) dando a sensação de dente “crescido”.
Após o tratamento endodôntico (canal), a inflamação desaparece e o dente volta a seu lugar e a ter a mobilidade natural (fisiológica).

Mobilidade causada por tratamento ortodôntico (correção de dentes mal posicionados)

Para a correção da má posição de um dente, é necessário aplicar uma determinada força nele, fazendo a movimentação do dente. Isso é feito através de aparelhos ortodônticos fixos ou móveis. Entretanto, esse tratamento provoca um aumento na mobilidade do dente, principalmente logo após a ativação (apertamento) do aparelho. Depois de 48 horas, a mobilidade excessiva volta a níveis normais.

Prótese fixa

0 que é uma prótese fixa?

É a restauração parcial ou total da coroa de um dente, quando se denomina prótese fixa unitária, ou a substituição de um ou mais dentes perdidos, quando se denomina prótese parcial fixa (ou “ponte fixa”). Ao ser fixada sobre os dentes do paciente, previamente preparados para recebê-la, reabilita-o para mastigar, falar ou sorrir. Recebe o nome de “fixa” porque não pode ser removida pelo paciente ou pelo dentista, a menos que este a corte com o uso de brocas especiais.

Quais os tipos de materiais utilizados?

As próteses fixas podem ser só metálicas; metálicas revestidas por um material estético plástico ou cerâmico, da cor dos dentes; de cerâmica; e, finalmente, de resinas ou plásticos especiais.

Quanto tempo dura uma prótese fixa?

A durabilidade de uma prótese fixa depende de vários fatores:
1 – de um bom exame e planejamento prévios;
2 – da técnica e dos materiais utilizados;
3 – da fineza da adaptação da prótese aos dentes;
4 – da boa relação da prótese com os tecidos gengivais;
5 – da justeza da sua oclusão, isto é, da sua harmonia com a função mastigatória. Tudo isso vai depender do grau de especialização do dentista e do seu protético, das condições de trabalho que o paciente oferece ao seu dentista e dos seus cuidados de manutenção da saúde bucal, para que a prótese dure mais de cinco anos, que é a vida média das próteses fixas.

Há necessidade de realização de tratamento de canal dos dentes de suporte?

Por princípio, não, pois o melhor elemento de suporte é aquele dente o mais íntegro na sua estrutura e com as gengivas e a polpa sadias. Porém, se há dúvidas quanto à saúde da polpa, indica-se o tratamento de canal, assim como para aqueles dentes que serão usados como suportes de ponte fixa mas estão muito inclinados, e o corte para ajustá-los ao eixo de inserção da prótese seria muito grande e danoso à integridade pulpar. Um bom tratamento de canal para esses casos evitaria problemas futuros que poderiam diminuir a durabilidade da prótese.

É difícil a limpeza? Causa mau hálito?

As próteses fixas unitárias, quando bem desenhadas e bem adaptadas marginalmente, comportam-se como dentes naturais na sua limpeza e exigem do paciente os mesmos cuidados, isto é, boa escovação na técnica e no tempo corretos, complementada pelo uso do fio ou fita interdental. Os portadores de pontes fixas necessitam de dispositivos especiais: passadores de fio dental, ou fios com a ponta endurecida, para a limpeza dos espaços protéticos. 0 mau desenho de uma prótese fixa, a má adaptação, o mau tratamento dado a materiais e a limpeza insuficiente podem permitir a retenção de detritos alimentares e bactérias, causando inflamação gengival e mau hálito.

O que justifica ser tão cara?

A primeira justificativa é o tempo de mão-de-obra clínica e laboratorial; a segunda é o valor da mão-de-obra especializada clínica e laboratorial: cada dentista ou protético tem o seu valor pelos critérios de qualidade final de sua prótese, fundamentados em seu conhecimento adquirido em estudos e muitos cursos, e em sua destreza e habilidade; a terceira é o valor dos materiais, equipamentos e processos necessários para a execução de qualquer prótese fixa.

Demora para ser executada?

Sim, demora. Um bom dentista não consegue fazer uma incrustação metálico-fundida, que é a prótese fixa mais simples, em uma única sessão, pois ela exigirá, no mínimo, de 3 a 4 sessões clínicas de 1 hora, e mais 3 sessões laboratoriais.

0 resultado estético é bom?

Sm, no geral é bom. Mas há casos de grande perda óssea que dificultam a obtenção de uma estética excelente. Nesses casos, o tratamento tem como primeiro objetivo restabelecer a função da mastigação; como segundo, a durabilidade e, em terceiro lugar, a estética.

Eu fico sem os dentes durante o tratamento?

Não e não! Um bom dentista supre o seu paciente de proteção provisória adequada aos dentes preparados com substitutos plásticos fixados com cimento de baixa resistência, possibilitando-o a mastigar, falar e sorrir, satisfatoriamente, durante o tratamento.

Por que o dente perdido precisa ser substituído?

Os dentes, para funcionarem bem, precisam estar em equilíbrio nos arcos dentários superior e inferior, sempre submetidos a um sistema de forças oriundas dos músculos mastigadores, lábios, bochechas e língua. A perda de um só dente desequilibra esse sistema de forças, e os dentes movimentam-se migrando para compensar a perda. E espaços são criados, desníveis acontecem e a mastigação e a estética sofrem. Os dentes precisam ser recolocados porque eles fazem parte de um todo: o sistema mastigatório.

Prótese parcial removível

0 que é Prótese Parcial Removível (PPR)?

É um aparelho protético que substitui os dentes naturais, perdidos em arcadas nas quais ainda permanecem alguns dentes naturais, portanto, com perda parcial de dentes. E chamada de removível porque pode ser retirada pelo portador no momento que este desejar.

Pode-se, em todas as situações, optar entre PPR e Prótese Parcial Fixa (PPF)?

Não. Existem situações ideais para cada tipo de aparelho. De um modo geral, as PPRs são indicadas para casos de perda de um número grande de dentes e, principalmente, quando ausentes os últimos dentes (dentes posteriores).

Qual a mais cara?

A Prótese Parcial Fixa é, quase sempre, mais cara. Isso não quer dizer que, por ser mais barata, a PPR não mereça a mesma atenção e os mesmos cuidados na sua execução.

Como este aparelho se fixa na boca?

Através de grampos “semiflexíveis” metálicos apoiados em dentes naturais (dentes pilares) e por um perfeito assentamento do aparelho sobre a gengiva das áreas desdentadas.

É possível eliminar os grampos metálicos a fim de torná-la imperceptível?

Toda PPR convencional necessita de grampos. Para e eliminá-los, seria necessário um aparelho removível que se adapte através de encaixes (attachments) colocados em coroas protéticas cimentadas sobre alguns dentes naturais remanescentes. Essa prótese, é mais indicada quando a estética é fundamental. Ela possui custo mais elevado e técnicas sofisticadas para sua execução.

Os grampos estragam os dentes naturais?

Não. Eles devem ser feitos com técnicas corretas e o portador deve higienizá-los cuidadosamente, bem como os dentes naturais e o aparelho, pois o que causa a cárie é a placa, bactérias que se fixam no dente natural e nas superfícies dos grampos. Sem a presença dessa placa bacteriana, o dente se manterá sadio (com grampos).

Como deve se fazer para higienizá-los?

A prótese deverá ser removida para limpeza sempre após a ingestão de alimentos. Deve-se utilizar escovas especiais que facilitem a limpeza das superfícies internas – por exemplo, escova cilíndrica, do tipo usado para limpeza de armas. Remover bactérias, fungos e restos de alimentos do aparelho é tão importante quanto a limpeza dos dentes naturais.
Para todo paciente portador de próteses, é necessário fazer visitas periódicas ao dentista, já que é considerado paciente dentado. De uma forma profissional, é preciso verificar o funcionamento da prótese e fazer a higienização dos dentes e do aparelho.

Qual a eficiência mastigatória da PPR?

Uma PPR é mais eficiente na mastigação quando o seu número de dentes artificiais é pequeno, quando é dento-suportada, isto é, quando existem dentes naturais nos dois extremos vizinhos ao espaço desdentado, e quando os dentes do arco antagonista são naturais ou próteses fixas.

É fácil se adaptar a elas?

Sim, quando ela for bem executada e o portador tiver um mínimo de paciência para a adaptação e acomodação.

Deve-se retirar a PPR para dormir?

Não, desde que ela apresente condições de retenção, suporte a estabilidade e não esteja causando nenhum desconforto aos dentes ou aos tecidos gengivais.

Quanto dura uma PPR?

Por depender de muitos fatores que fogem controle do dentista, fica difícil fazer tal previsão, mas se conhecem muitos aparelhos com mais de dez anos em uso. Boa indicação, boa execução, cuidados caseiros e revisões periódicas serão fundamentais para conseguir tal longevidade.

Qual a importância da escovação?

Para a prevenção da cárie e da doença periodontal, é necessário que se faça uma completa remoção da placa bacteriana, a principal causadora dessas doenças, através de uma escovação correta.

A escova dura parece que limpa melhor os dentes. Seu uso pode prejudicá-los?

A escova ideal para dentes naturais deve ser macia ou extra-macia porque, para uma boa escovação dental, é necessário escovar as gengivas, e escovas duras, além de machucarem a gengiva, podem desgastar os dentes, provocando sensibilidade, e provocar a retração gengival, que pode afetar a estética do sorriso e também provocar dor.

Existe uma escova de dentes apropriada para cada idade?

Atualmente é preconizado o início da escovação logo após o aparecimento do primeiro dentinho, no bebê; a escova indicada, embora tenhamos poucas opções no mercado nacional, é uma escova extra-macia, que limpe os dentinhos recém-erupcionados, faça massagem na gengiva e tenha um cabo que permita um bom apoio para o adulto que irá fazer a escovação. A partir dos 3 anos, a criança gosta, ela mesma, de fazer a escovação; nesse caso deve ser usada uma escova com a cabeça pequena, cerdas macias e que tenha uma proteção no longo eixo do cabo, para evitar acidentes; um adulto, entretanto, deve complementar a escovação. A partir dos 7 anos, a criança quase sempre já consegue realizar a escovação sozinha, embora deva haver a supervisão de um adulto. A escova deve ter cabeça de tamanho médio, cerdas macias, pontas arredondadas e um cabo robusto, que facilite a empunhadura.

0 que é escova interdental?

A escova interdental tem sido utilizada para a limpeza sob próteses fixas e também no caso de doentes periodontais que perderam a papila que fica em meio aos dentes. Para quem não tem doença periodontal, a escova interdental poderá forçar a gengiva e provocar uma lesão traumática; assim, o uso adequado do fio dental é aconselhável.

As escovas elétricas podem substituir as escovas comuns?

Normalmente as escovas elétricas têm sido indicadas a pacientes especiais que tenham algum tipo de dificuldade motora para fazer uso da escova comum e especialmente a pacientes geriátricos que tenham alto risco às cáries radiculares e também à doença periodontal. 0 uso da escova elétrica nesses casos serve de estímulo para que o paciente mantenha sua saúde bucal mesmo tendo dificuldades motoras. Quando forem indicadas, é importante salientar que as escovas sejam macias ou extra-macias e, se possível, que tenham movimento elíptico durante o seu uso.

Quem tem doença periodontal necessita de escova especial?

A essas pessoas indica-se o uso de escova com cerdas extra-macias e escovas do tipo tufo, que escovam dente a dente, fazendo uma remoção mais eficiente da placa bacteriana.

E quem usa aparelho fixo?

A instrução e a motivação do paciente são os principais meios de prevenção, constituindo-se as escovas especiais como a bitufo, a sulcus (duas fileiras de cerdas) ou a orthodontic (cerdas com depressão em forma de V) em meios auxiliares no controle da higienização.

Qual a melhor escova para dentadura?

Atualmente existem no mercado algumas escovas específicas para escovar as próteses totais; são maiores que as escovas de dentes comuns, têm cerdas duras, e o desenho é adequado ao formato da prótese. Caso não se achem as escovas específicas, pode-se simplesmente utilizar uma escova dental dura.

Quanto tempo deve durar cada escovação?

É necessário que não haja pressa; devemos caprichar na escovação realizada à noite, após o jantar ou antes de dormir, limpando todos os dentes: primeiro com o fio dental e, com a escova. Esse processo deve demorar cerca de 10 minutos.

Quantas vezes por dia é necessário escovar os dentes?

Isso depende do risco do paciente à cárie ou à doença periodontal. Para pacientes considerados “normais”, ainda se prescreve que se façam três escovações ao dia: pela manhã, após o almoço e após o jantar ou antes de dormir; contudo, deve-se saber que a higienização mais importante é aquela realizada à noite.

Retração gengival

O que é retração gengival?

É o deslocamento da gengiva, provocando a exposição da raiz do dente. Isso pode ocorrer em um só dente ou em vários.

O que ocasiona essa retração?

A causa não é fácil de determinar. Existem várias hipóteses: traumatismo por escovação (fricção exagerada com escova de cerdas duras); inflamação da gengiva pela presença da placa bacteriana; trauma oclusal (forças excessivas sobre o dente causadas por má posição dentária ou por restaurações altas); restaurações desadaptadas na região gengival; posição alta dos freios labiais e lingual; movimentos ortodônticos realizados de maneira incorreta; dentes apinhados (encavalados); pouca espessura do osso que recobre a raiz.

Por que nessa situação os dentes ficam mais sensíveis?

Devido à exposição da raiz, a camada que a reveste (cemento) desaparece, expondo a dentina, que é sensível. Bochechos com soluções fluoretadas podem amenizar o problema.

Tem relação com a idade?

Uma certa retração gengival generalizada é percebida com o passar dos anos e considerada normal. Algumas pessoas são mais susceptíveis que outras. A retração pode avançar em alguns períodos e, em outros, permanecer estacionária.

Existe tratamento?

Normalmente, o que se faz é evitar a evolução desse processo por intermédio de escovação adequada, limpeza profissional, ajuste oclusal, remoção de hábitos nocivos, remoção de excessos de materiais restauradores, se houver, e, se for o caso, corrigir a má posição do dente com aparelho ortodôntico.

É possível recobrir a raiz novamente?

Sim, por intermédio de técnicas cirúrgicas utilizadas principalmente em retração de um ou no máximo dois dentes. São cirurgias de resultados não previsíveis, em que, em determinadas situações, vale a pena tentar. São feitas principalmente visando à estética.

Se não se fizer a cirurgia, pode-se perder o dente?

A retração, por si só, não provoca a perda do dente, desde que as causas sejam eliminadas e que não haja inflamação.